terça-feira, 31 de agosto de 2010

evaporar

Tempo a gente tem
quanto a gente dá;
corre o que correr,
custa o que custar.

Tempo a gente dá
quanto a gente tem;
custa o que correr,
corre o que custar.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

minha boca é furada

e minha memória é como um copo de café, daqueles de plástico que as vezes eu pego na cantina antes da aula. O café que eu coloco no copo é o que aconteceu. O gole é a lembrança. Se o café escorre pela lateral dos lábios e a língua não é eficiente em resgatar, a manga da vestimenta leva pra longe.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

on the radio

This is how it works:
you peer inside yourself,
you take the things you like
and try to love the things you took;
and then you take that love you made
and stick it into some...
...someone else's heart,
pumping someone else's blood;
and walking arm in arm,
you hope it don't get harmed,
but even if it does...

You'll just do it all again!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

catarro, inoperância, segunda chamada e salvar o mundo

Eu hoje tive reflexos dos muitos últimos banhos que eu tomei e não assoei meu nariz e da minha incapacidade de desgrudar dos meus pais quando eles ficam doentes. Voltei pra casa hoje na hora do almoço porque não conseguia mais ignorar a dor-de-cabeça, além de já estar me deixando encabulada pedir de dez em dez minutos pra sair de sala pra escarrar catarro transparente na pia do banheiro e um leve mal-estar crescente.
Eu tinha avaliação de Geografia nos tempos da tarde e achei que voltando pra casa, almoçando comida decente e tomando um banho eu conseguiria alguma condição pra fazer a prova. Acabei caindo de cama, sem febre, minha mãe me deu comprimidos pra dor-de-cabeça, mas eu recusei. Dormi a tarde inteira, acordei as 18h com vontade de estudar História, o gosto de catarro na minha boca. Fome!
Achei estranho clamar por comida, geralmente eu perco o apetite quando eu fico doente, mas comi e fiquei intercalando conversas no Skype com governos provisórios, constitucionais e ditatoriais enquanto eu mastigava a tampa do marca-texto. Fiquei um bom tempo parada imaginando a avaliação de Geografia antes de começar de fato a estudar História. Eu gosto quando o Universo da uma de parceiro e resolve me nocautear em prol da minha existência, visto que notas baixas em Geografia, Física e Biologia estão sendo os principais motivos a ameaças de cárcere aqui em casa.
Poxa, não acho legal fugir da primeira chamada de alguma avaliação por algum motivo de inoperância que te impediu de estudar. Eu sou absurdamente inoperante quando se trata de estudos, mas isso não justifica deixar de fazer uma avaliação. E deixa as pessoas preguiçosas. Alias, por que fazer hoje se você pode fazer amanhã o que não fará nunca?
Não vou negar que é um alívio poder fazer a prova de Geografia semana que vem, mas é uma merda ficar doente e seria uma merda maior ainda ter de fazer prova doente. E é um merda quem força doença pra poder pegar a segunda chamada de uma prova que não estudou por inoperância e também não vai estudar por inoperância. Desculpa... mas acontece.
Não tolero gente que se acha malandro quando na verdade é um merda. É tipo brincar de super-herói, "Oh! Não posso revelar minha verdadeira identidade porque o mundo vai agir diferente comigo se souberem que na verdade eu sou... UM MERDA!" mas ao invés de fazer algo útil, tipo salvar o mundo, ficam conversando sobre genitalias com o amigo no Skype.
É por isso que eu sou o Homem-Aranha e meu instinto-aranha diz que há baixa probabilidade da leitura completa desse post e, como ele nunca erra, é seguro contar aqui que eu tive de forçar doença para ninguém suspeitar que, na verdade, eu fui combater o crime hoje a tarde.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

ler em voz alta, preguiça alheia e desabafos coesos

Me incomoda um pouco o fato de eu postar mais fragmentos de textos ou músicas alheias do que escritas minhas por aqui. Não que eu não goste de escrever, acho isso meio paradoxal pra quem tem um blog; eu amo escrever. O problema vem da minha falta de segurança em publicar minhas autorias; eu não gosto do que eu escrevo, eu só mostro pro mundo quando eu gosto mesmo.
Tem uma grande diferença entre gostar e gostar mesmo, geralmente ela começa na barriga e depois vai ficando mais visível quando eu começo a reler várias vezes em voz alta. Nos livros, eu geralmente mostro essa diferença com um lápis e minha destreza em fazer linhas embaixo das palavras. Eu não sei como eu demonstro quando eu gosto mesmo de alguém, mas eu sei quando eu gosto mesmo de alguém e, geralmente, alguém sabe quando eu gosto mesmo de alguém, porque eu acabo dizendo...
Eu tenho dificuldade em demonstrar sentimentos diversos e isso meio que se torna um incentivo a minha insegurança quanto a me expressar. Em geral, eu não ligo pro julgamento negativo que as pessoas fazem de mim, na verdade, o que me dá medo é a incapacidade de interpretação e compreenção do mundo. Além da preguiça que me dá discutir por conta da preguiça alheia de pensar.

O que eu queria escrevendo isso aqui, na verdade não era explicar porque eu não escrevo muito por aqui (até porque eu tenho rascunhos infinitos) ou pra comentar a minha dificuldade em apertar o botão "publicar postagem". Eu tenho esse blog como um ouvido ambulante sobre a minha vida e eu acho que as vezes é melhor ouvir um desabafo de uma maneira diferente do que eu tentando ser coesa em dizer o que eu penso.

Eu me encontro por aí e as vezes vem a calhar uma vontade de guardar por aqui o que eu encontrei.