segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Tudo passa

Eu, você e todos os encontros casuais,
os ais e os hão de ser
e todos os casais também.
Olha, acho até que quem achou que nunca ia,
esse ia se espantar de ver que o ódio e o amor
e até eu vou pra ver no que vai dar.
A massa. A moça
e até esse pra sempre
e sempre, sempre, sempre,

tudo passa.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O ano tá acabando e são 11h23 da manhã de alguma Segunda perdida em Dezembro. Falta pouco mais de meio-mês pro próximo ano começar e eu não sei mais se eu quero que o ano acabe ou se o próximo não comece.
Ontem, quando eu deitei na cama do quarto de ar-condicionado aqui da casa dos meus avós, eu ativei o alarme do meu celular pra despertar 10h30 da manhã de hoje. Não sei porque fiz isso. Mas eu tava com vontade de acordar de manhã quando fui dormir ontem de madrugada. Só que, na manhã de hoje, eu tava com vontade de dormir até a hora do almoço.
Cheguei a um meio-termo depois de 30 minutos me enrolando aos travesseiros e o edredon e decidi acordar pra tomar café com leite. Mas não tinha mais café. Geralmente, quando eu não consigo tomar café com leite de manhã, eu já pressuponho que o dia será chato. Não sei porque uso esse critério, mas eu uso.

Queria lembrar do que sonhei. Queria lembrar de muita coisa. Queria lembrar o que escrever. Queria lembrar o que comi Segunda passada. Lembro só de acordar cedo, tomar café com leite, passar em Biologia e voltar pra casa. Minha memória é seletiva e idiota.
Ando tendo dias chatos misturados ao calor e a falta de companhia.
Acho interessante como o humor das pessoas é uma variável tão manipulada por agentes específicos ou não. Como ir dormir chateada e acordar satisfeita. Mas isso acaba me deixando confusa quanto ao ser e o estar. Acho que eu sou boa em ficar confusa.

Acho que eu tenho uma capacidade absurda de me desvirtuar de algum assunto ou desvirtuar o próprio assunto. Esse é o tipo de coisa que eu sou boa em fazer. Também sou boa em fazer as pessoas não entenderem o que eu tento falar. ou entenderem errado. Sou boa em não entender as coisas. Eu não sou boa em controlar o tempo, de uma forma super-herói de analisar o tempo, as vezes eu queria poder pará-lo por um instante e sentir que nada está acontecendo e que nada vai acontecer nesses instantes. Só pra poder respirar o nada e fazer merdas por aí. Mas controlar o tempo de uma forma super-herói exige muita prática com o abstrato amplo e um domínio de todos os tempos existentes e por vir.
Só queria que o ano acabasse e o próximo não começasse. Tá difícil de sair de 2010. E o café acabou de passar.

domingo, 12 de dezembro de 2010

A história da Tartaruga Falsa, Capítulo 9

"Você está pensando em alguma coisa, minha cara, e isso a faz esquecer de falar. Nesse instante não posso lhe dizer qual é a moral disso, mas vou me lembrar daqui a pouquinho"

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Acho que uma das minhas maiores frustações e arrependimentos nesses meus últimos 17 anos foi ter desistido do Jazz e as aulas de Teatro não terem vingado na escola. Acho que "desistido" não é a palavra ideal pra expressar o que aconteceu. Queria não ter saído do Jazz. Eu tenho essa característica, não consigo me firmar numa mesma coisa por muito tempo. Isso não se aplica a tudo em relação a mim, mas eu gosto de variáveis.
Desde o início do ano passado, eu já vinha sentindo falta de alguma ligação extra-curricular nesse meio. Comentei com a minha mãe, mas ela me encorajou a entrar pra natação. Lembro de ter comentado com meu pai, mas não lembro da reação dele. Apesar do meu pai sempre me incentivar a ter ligação com esse meio, acho que ele deve ter reagido como de costume e não ter sido relevante pra situação.
Em meio a essa abstinência, consegui ganhar uma câmera mais profissional do senhor Meu Pai pra me ocupar com fotografia, mas depois de um tempo vasculhando entre os cantos remotos ou não da Barra e do Recreio, fizemos o levantamento de que não moramos numa zona privilegiada com cursos de fotografia que valham à despesa. E isso retardou meu apego e diminuiu minha empolgação quanto ao meu suspiro de esperança em ter meu tempo fora da escola ocupado com algo que me dá prazer.
Queria, ao invés de fazer um curso pro Cambrigde, fazer um curso de Sapateado ou aprender a tocar teclado.
Mas tantos fatores existem pra impedir que passo minhas tardes com uma caneca de café as vezes com leite, usando o computador, olhando o céu, tirando umas fotos, desenhando escadas e nuvens, cantando mal dentro de casa e no chuveiro, ouvindo música, deitada na minha cama, sentada na minha janela, jogando videogame, Tetris e Sudoku, carregando o celular, assistindo de vez ou nunca a televisão ou vendo um filme. Eu não faço nada. Até por própria falta de motivação.

Queria não ter saído do Jazz. Prefiro constantes. Me agarro em variáveis enquanto não estou satisfeita.