quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Ensaio sobre mim mesma

Queria ser menos chata e mais legal.

Não me acho muito interessante. Eu mal sei tocar gaita ou teclado. Já tentei violão, mas não tenho coordenação pra mudar de um acorde pro outro; também não consigo fazer pestana. Não faço teatro, nem nenhum curso de fotografia. Não sou engajada em política e só sei reclamar das mesmas coisas.
Sinto constantemente a vontade de mudanças substanciais na minha vida e acho que acabo descontando isso no meu cabelo.
Não me acho bonita e sou desatenta no nível retardada de ser, mas não me acho burra. Apesar de eu não ligar pra muita coisa ao meu redor, sou uma daquelas sentimentais 8 ou 80 que assustam os outros porque amam muito poucas coisas. Não sou alta e tenho preguiça de falar. As vezes não falo porque penso. Falo muito sozinha também e gosto de andar de ônibus.
Tenho muitos livros, apesar de ler pouco. Varandas e casas de praia me são confortáveis. Amigos e abraços também. Gosto do frio, mas gosto do sol. Adoro chuva e o céu estrelado. De ir a praia só pelo prazer de sentar na areia e sentir o vento embolando meu cabelo. Não gosto do céu muito azul, prefiro com nuvens.
Minha vida é composta por uma longa e variada trilha sonora. Quando eu preciso, ela tá sempre lá, minha cabeça está sempre em um ritmo diferente. Gosto de ouvir cds no carro ou no IPod e canecas (apesar de achar que copos de acrílico tornam qualquer bebida mais gostosa). Uso minhas canecas pra beber café com ou sem leite e copos aleatórios pra tomar Matte natural e sem gelo. 
A principio, eu gosto de todo mundo, mas se olhar bem de perto com uma lupa em direção ao sol, você ficará cego e não vai perceber que eu não-tenho-nada-contra muita gente. Têm vezes que eu acordo no meio da noite (ou do dia) depois de um daqueles sonhos-que-eu-não-me-lembro-direito e fico pensando com o ar-condicionado e o edredón. Gosto de estalar os dedos, principalmente os do pé depois de acordar ou antes de dormir.
Gosto de companhia e de correr na chuva. Gosto de camisas e vestidos. Acho allstar desconfortável, apesar de ser meu tênis preferido. Gosto de creme de milho. Adoro teclado de laptop e tran(z)ças. Gosto de conversar de madrugada e de cantar com as caixas de som do meu computador. Não gosto da minha memória, mas gosto da seletividade dela a ponto de dar um toque de descrição ao que eu tenho guardado.
Gosto do meu trabalho.
Sou apaixonada por comida japonesa e por Pearl Jam e Los Hermanos. Gosto de conversar com meus avós e da cama de casal de um dos quartos do apartamento deles. Também amo minha família, acho que tenho pais fora do comum e irmãos incríveis, apesar deles provavelmente não saberem disso. Tenho um pingo de dificuldade de demonstrar o que eu sinto de bom pelos outros, acho sempre que vão me achar forçada ao invés de verdadeira... O fato desse texto estar parado nos meus rascunhos desde 2010 também diz muito sobre mim e talvez diga mais ainda o estar postando 2 anos depois sem retirar uma vírgula.

As pessoas me acham fofa, mas eu falo muito palavrão.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Eu tenho o nome da geração

É engraçado pensar que tem um monte de Sofiazinhas nascendo ou sendo desejadas por agora. Vou confessar que adoro meu nome, não só pela sonoridade gostosa que é me apresentar como Sofia, como também pela intimidade que eu tenho com ele. E eu acho isso importante: se identificar com o que te identifica. E mais importante ainda: criar uma identidade pro que te identifica.
Tenho muitas amizades que des-torceram meu nariz para alguns nomes, tipo Renan, Morgana, Bernardo e outros que eu não tinha muita simpatia. Tá que Sofia não é lá um exemplo de nome que não se acha bonito, mas eu acho tão incrível a ideia de você (por você) fazer outra pessoa enxergar seu nome de outra forma. Acho que nunca disse isso pro Renan, pra Morgana e pro Bernardo, mas eles são tão incríveis que acabei criando simpatia por seus nomes, só por imaginar a figura de cada um por trás dos nomes.
Acho que se eu não me chamasse Sofia ou tivesse qualquer distúrbio no que diz respeito a estética de um nome, daria a minha filha esse nome (se eu vier a ter uma filha). Outra confissão: se eu morresse dando à luz ou se por algum motivo eu não pudesse viver ao lado da minha filha antes dela discernir o que é um nome, gostaria que a nomeassem de Sofia ou acrescentassem ao sobrenome. 
Não que eu seja algo de mais pra essa homenagem, mas seria tão emocionante poder ver (se é que no final tudo acaba conosco comendo pipoca e assistindo ao resto do que nos interessa do filme) minha filha se interessando por descobrir meu passado.
Olhando fotos de quando eu era criança ou mais velha, abraçada aos meus pais ou aos amigos, sorrindo, fazendo pose. Imagina achar um vídeo, escutar minha voz, meu riso, ver como meu cabelo balançava. Ouvir histórias dos meus irmãos, marido {?}, meus avós, meus pais. Lendo algo que eu escrevi.

Fiquei arrepiada com esse último parágrafo.

Me dá uma aflição pensar em um fim, aflição de não ter feito ainda tudo que eu sonho em fazer. Penso só em viver, se não sinto aquele frio de tremelicar o corpo. Quero ter uma filha e um filho e viver todos esses momentos com eles, ver eles crescendo e desejando isso também. Mas por agora o que eu quero é passar no vestibular e ganhar muito dinheiro vendendo na loja no Natal.