segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Tudo passa

Eu, você e todos os encontros casuais,
os ais e os hão de ser
e todos os casais também.
Olha, acho até que quem achou que nunca ia,
esse ia se espantar de ver que o ódio e o amor
e até eu vou pra ver no que vai dar.
A massa. A moça
e até esse pra sempre
e sempre, sempre, sempre,

tudo passa.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O ano tá acabando e são 11h23 da manhã de alguma Segunda perdida em Dezembro. Falta pouco mais de meio-mês pro próximo ano começar e eu não sei mais se eu quero que o ano acabe ou se o próximo não comece.
Ontem, quando eu deitei na cama do quarto de ar-condicionado aqui da casa dos meus avós, eu ativei o alarme do meu celular pra despertar 10h30 da manhã de hoje. Não sei porque fiz isso. Mas eu tava com vontade de acordar de manhã quando fui dormir ontem de madrugada. Só que, na manhã de hoje, eu tava com vontade de dormir até a hora do almoço.
Cheguei a um meio-termo depois de 30 minutos me enrolando aos travesseiros e o edredon e decidi acordar pra tomar café com leite. Mas não tinha mais café. Geralmente, quando eu não consigo tomar café com leite de manhã, eu já pressuponho que o dia será chato. Não sei porque uso esse critério, mas eu uso.

Queria lembrar do que sonhei. Queria lembrar de muita coisa. Queria lembrar o que escrever. Queria lembrar o que comi Segunda passada. Lembro só de acordar cedo, tomar café com leite, passar em Biologia e voltar pra casa. Minha memória é seletiva e idiota.
Ando tendo dias chatos misturados ao calor e a falta de companhia.
Acho interessante como o humor das pessoas é uma variável tão manipulada por agentes específicos ou não. Como ir dormir chateada e acordar satisfeita. Mas isso acaba me deixando confusa quanto ao ser e o estar. Acho que eu sou boa em ficar confusa.

Acho que eu tenho uma capacidade absurda de me desvirtuar de algum assunto ou desvirtuar o próprio assunto. Esse é o tipo de coisa que eu sou boa em fazer. Também sou boa em fazer as pessoas não entenderem o que eu tento falar. ou entenderem errado. Sou boa em não entender as coisas. Eu não sou boa em controlar o tempo, de uma forma super-herói de analisar o tempo, as vezes eu queria poder pará-lo por um instante e sentir que nada está acontecendo e que nada vai acontecer nesses instantes. Só pra poder respirar o nada e fazer merdas por aí. Mas controlar o tempo de uma forma super-herói exige muita prática com o abstrato amplo e um domínio de todos os tempos existentes e por vir.
Só queria que o ano acabasse e o próximo não começasse. Tá difícil de sair de 2010. E o café acabou de passar.

domingo, 12 de dezembro de 2010

A história da Tartaruga Falsa, Capítulo 9

"Você está pensando em alguma coisa, minha cara, e isso a faz esquecer de falar. Nesse instante não posso lhe dizer qual é a moral disso, mas vou me lembrar daqui a pouquinho"

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Acho que uma das minhas maiores frustações e arrependimentos nesses meus últimos 17 anos foi ter desistido do Jazz e as aulas de Teatro não terem vingado na escola. Acho que "desistido" não é a palavra ideal pra expressar o que aconteceu. Queria não ter saído do Jazz. Eu tenho essa característica, não consigo me firmar numa mesma coisa por muito tempo. Isso não se aplica a tudo em relação a mim, mas eu gosto de variáveis.
Desde o início do ano passado, eu já vinha sentindo falta de alguma ligação extra-curricular nesse meio. Comentei com a minha mãe, mas ela me encorajou a entrar pra natação. Lembro de ter comentado com meu pai, mas não lembro da reação dele. Apesar do meu pai sempre me incentivar a ter ligação com esse meio, acho que ele deve ter reagido como de costume e não ter sido relevante pra situação.
Em meio a essa abstinência, consegui ganhar uma câmera mais profissional do senhor Meu Pai pra me ocupar com fotografia, mas depois de um tempo vasculhando entre os cantos remotos ou não da Barra e do Recreio, fizemos o levantamento de que não moramos numa zona privilegiada com cursos de fotografia que valham à despesa. E isso retardou meu apego e diminuiu minha empolgação quanto ao meu suspiro de esperança em ter meu tempo fora da escola ocupado com algo que me dá prazer.
Queria, ao invés de fazer um curso pro Cambrigde, fazer um curso de Sapateado ou aprender a tocar teclado.
Mas tantos fatores existem pra impedir que passo minhas tardes com uma caneca de café as vezes com leite, usando o computador, olhando o céu, tirando umas fotos, desenhando escadas e nuvens, cantando mal dentro de casa e no chuveiro, ouvindo música, deitada na minha cama, sentada na minha janela, jogando videogame, Tetris e Sudoku, carregando o celular, assistindo de vez ou nunca a televisão ou vendo um filme. Eu não faço nada. Até por própria falta de motivação.

Queria não ter saído do Jazz. Prefiro constantes. Me agarro em variáveis enquanto não estou satisfeita.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

do costume de não colocar títulos

Eu não costumo entrar no msn na semana de provas. Nem é porque eu esteja ocupada estudando... até agora eu mal apoiei um livro sobre a minha mesa e tive provas de Geografia, Inglês, História, Literatura e Matemática, nos últimos três dias. Eu não sei estudar e nunca foi perceptível uma vontade de estudar em mim. Eu gosto de aprender. Acho que isso somado a minha tentativa de prestar atenção às aulas e fazer os deveres de casa balanceia meu não comprometimento com o estudo em casa. Meus professores também sabem manter um aluno-disposto interessado. Eu adoro meus professores e tenho uma admiração consideravelmente grande pela maioria deles, acho que isso meio que se torna uma motivação à estudar, mas é só aquela sensação de materializar o necessário na sua cabeça, como um pensamento passageiro que com um piscar de olhos ou uma coceira no dedinho do pé, se perde no tempo e espaço do deixa-pra-depois e vem seguido de uma espreguiçada ou um bocejo.
Eu não venho me encaixando no perfil de um aluno-disposto, não lembro a última vez que fiz um dever de casa (quem dirá de Língua Portuguesa) e ando me desvirtuando não só nas aulas de Química; além de nem a má-vontade em estudar me ocorrer ultimamente. Não que eu me enquadre nesse perfil em tempo integral, está próximo ao meio das coisas-que-eu-não-quero, por agora. Só ainda não me incomodou de fato e eu não sei se irá incomodar no tempo certo. Também não está me prejudicando de maneira expressiva e não vai me fazer repetir de ano, até porque eu não chego ao ponto de não me importar em me comprometer em uma situação extrema como não passar de ano.
Minha cabeça não vive em uma anarquia e há coisas que se espalham e tomam mais espaço que outras; assim como há tempos que um amontoado organizado e confortável de coisas fica dançando ao som do que está tocando no IPod, há outros que poucas coisas me abduzem num silêncio inquietável. e vice-versa. Mas há sempre o lance das prioridades.

O caso é que: eu não costumo entrar no msn na semana de provas, assim como eu não costumo acordar pro lado direito da cama, assim como eu não costumo coçar o nariz com a mão, assim como eu não costumo escrever no blog sobre assuntos relacionados diretamente ao que instabiliza meu emocional.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Eu tava no banheiro agora, me olhando no espelho enquanto escovava os dentes e não me importava com a espuma que escorria pelo meu queixo ou com a dor da espinha crescendo na curva do nariz. Também não me importei com meu cabelo que-precisa-de-um-corte.
Eu tinha acabado de ir a cozinha e quase joguei um copo de vidro no lixo, depois de tomar um comprimido com goles de matte. Eu tinha alguma coisa em mente, fiquei escovando os dentes pra sempre pensando em algo... mas acontece que eu não lembro mais o que me tomou tanto a cabeça naquele momento. Sei que concluí meu pensamento concluindo que o concluíria por aqui mesmo.
Dei cabo na pasta da escova e apertei o passo do banheiro ao meu quarto e sentei na cadeira. e abri esse rascunho. e percebi que deixei tudo esvoaçar pelo caminho.
É impressionante como os pensamentos voam. E é impressionante como eu reli duas vezes essa minha última frase antes de decidir não ligar para o clichê e deixá-la por aí mesmo. Não é impressionante, na verdade trata-se mais em repetir palavras.
Eu ando meio assim. Com assim eu me refiro mais aos últimos parágrafos que a repetição de palavras. Tenho muita coisa em mente, mas a maior parte esvoaça por aí e o que fica... o que tem ficado... é espaçoso e não tem dado lugar a mais nada. é incoerente. é o que me faz escrever de cabeça pra baixo na aula de Química e arrumar meu material errado.
Eu sempre fui assim, mas acho que fica mais perceptível quando eu começo a ler Clarice Lispector e mal entro no computador. Agora mesmo só senti vontade de estar com essa página aberta e escrever como escrevo nas últimas folhas dos meus cadernos em horas menos importantes do meu dia. Queria poder dizer tudo que consigo, mas não posso. Porque, ultimamente, esses porquês tartamudeiam entre palavras que não me decido.

Hoje a minha professora de Literatura pediu pra escrevermos uma paródia da canção do exílio; a minha foi elogiada à beça, mas só por educação mesmo, porque o sorriso era igualmente amarelo na cara dos que prestaram a falar. Acho que palmeiras que murcham como rosas não é algo a se pensar por outros. Não to dizendo que vivo de metáforas incoerentes ou que ninguém me entende, acho que sou um ser humano bem compreensível e previsível e coisa e tal, tenho problemas e dois olhos como gente normal. Só que eu ando percebendo uma mania de mirabolar confusões depois de montar um conflito entre idéias e eu não entendo onde encontro motivos pra isso.

Ontem eu li um livro do Vinicius e um dos último textos era um poema. curto. Dialética. Eu to bem e tenho tudo para estar bem... mas acontece que eu nao me sinto bem.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

evaporar

Tempo a gente tem
quanto a gente dá;
corre o que correr,
custa o que custar.

Tempo a gente dá
quanto a gente tem;
custa o que correr,
corre o que custar.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

minha boca é furada

e minha memória é como um copo de café, daqueles de plástico que as vezes eu pego na cantina antes da aula. O café que eu coloco no copo é o que aconteceu. O gole é a lembrança. Se o café escorre pela lateral dos lábios e a língua não é eficiente em resgatar, a manga da vestimenta leva pra longe.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

on the radio

This is how it works:
you peer inside yourself,
you take the things you like
and try to love the things you took;
and then you take that love you made
and stick it into some...
...someone else's heart,
pumping someone else's blood;
and walking arm in arm,
you hope it don't get harmed,
but even if it does...

You'll just do it all again!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

catarro, inoperância, segunda chamada e salvar o mundo

Eu hoje tive reflexos dos muitos últimos banhos que eu tomei e não assoei meu nariz e da minha incapacidade de desgrudar dos meus pais quando eles ficam doentes. Voltei pra casa hoje na hora do almoço porque não conseguia mais ignorar a dor-de-cabeça, além de já estar me deixando encabulada pedir de dez em dez minutos pra sair de sala pra escarrar catarro transparente na pia do banheiro e um leve mal-estar crescente.
Eu tinha avaliação de Geografia nos tempos da tarde e achei que voltando pra casa, almoçando comida decente e tomando um banho eu conseguiria alguma condição pra fazer a prova. Acabei caindo de cama, sem febre, minha mãe me deu comprimidos pra dor-de-cabeça, mas eu recusei. Dormi a tarde inteira, acordei as 18h com vontade de estudar História, o gosto de catarro na minha boca. Fome!
Achei estranho clamar por comida, geralmente eu perco o apetite quando eu fico doente, mas comi e fiquei intercalando conversas no Skype com governos provisórios, constitucionais e ditatoriais enquanto eu mastigava a tampa do marca-texto. Fiquei um bom tempo parada imaginando a avaliação de Geografia antes de começar de fato a estudar História. Eu gosto quando o Universo da uma de parceiro e resolve me nocautear em prol da minha existência, visto que notas baixas em Geografia, Física e Biologia estão sendo os principais motivos a ameaças de cárcere aqui em casa.
Poxa, não acho legal fugir da primeira chamada de alguma avaliação por algum motivo de inoperância que te impediu de estudar. Eu sou absurdamente inoperante quando se trata de estudos, mas isso não justifica deixar de fazer uma avaliação. E deixa as pessoas preguiçosas. Alias, por que fazer hoje se você pode fazer amanhã o que não fará nunca?
Não vou negar que é um alívio poder fazer a prova de Geografia semana que vem, mas é uma merda ficar doente e seria uma merda maior ainda ter de fazer prova doente. E é um merda quem força doença pra poder pegar a segunda chamada de uma prova que não estudou por inoperância e também não vai estudar por inoperância. Desculpa... mas acontece.
Não tolero gente que se acha malandro quando na verdade é um merda. É tipo brincar de super-herói, "Oh! Não posso revelar minha verdadeira identidade porque o mundo vai agir diferente comigo se souberem que na verdade eu sou... UM MERDA!" mas ao invés de fazer algo útil, tipo salvar o mundo, ficam conversando sobre genitalias com o amigo no Skype.
É por isso que eu sou o Homem-Aranha e meu instinto-aranha diz que há baixa probabilidade da leitura completa desse post e, como ele nunca erra, é seguro contar aqui que eu tive de forçar doença para ninguém suspeitar que, na verdade, eu fui combater o crime hoje a tarde.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

ler em voz alta, preguiça alheia e desabafos coesos

Me incomoda um pouco o fato de eu postar mais fragmentos de textos ou músicas alheias do que escritas minhas por aqui. Não que eu não goste de escrever, acho isso meio paradoxal pra quem tem um blog; eu amo escrever. O problema vem da minha falta de segurança em publicar minhas autorias; eu não gosto do que eu escrevo, eu só mostro pro mundo quando eu gosto mesmo.
Tem uma grande diferença entre gostar e gostar mesmo, geralmente ela começa na barriga e depois vai ficando mais visível quando eu começo a reler várias vezes em voz alta. Nos livros, eu geralmente mostro essa diferença com um lápis e minha destreza em fazer linhas embaixo das palavras. Eu não sei como eu demonstro quando eu gosto mesmo de alguém, mas eu sei quando eu gosto mesmo de alguém e, geralmente, alguém sabe quando eu gosto mesmo de alguém, porque eu acabo dizendo...
Eu tenho dificuldade em demonstrar sentimentos diversos e isso meio que se torna um incentivo a minha insegurança quanto a me expressar. Em geral, eu não ligo pro julgamento negativo que as pessoas fazem de mim, na verdade, o que me dá medo é a incapacidade de interpretação e compreenção do mundo. Além da preguiça que me dá discutir por conta da preguiça alheia de pensar.

O que eu queria escrevendo isso aqui, na verdade não era explicar porque eu não escrevo muito por aqui (até porque eu tenho rascunhos infinitos) ou pra comentar a minha dificuldade em apertar o botão "publicar postagem". Eu tenho esse blog como um ouvido ambulante sobre a minha vida e eu acho que as vezes é melhor ouvir um desabafo de uma maneira diferente do que eu tentando ser coesa em dizer o que eu penso.

Eu me encontro por aí e as vezes vem a calhar uma vontade de guardar por aqui o que eu encontrei.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Porco e Pimenta, Capítulo 6

"Bichano de Cheshire", começou, muito tímida, pois não estava nada certa de que esse nome iria agradá-lo; mas ele só abriu mais o sorriso. "Bom, até agora ele está satisfeito", pensou e continuou: "Poderia me dizer, por favor, que caminho devo tomar para ir embora daqui?"
"Depende bastante de para onde você quer ir", respondeu o Gato.
"Não me importa muito para onde", disse Alice.
"Então não importa que caminho tome", disse o Gato.
"Contanto que eu chegue a algum lugar", Alice acrescentou à guisa de explicação.
"Oh, isso você certamente vai conseguir", afirmou o Gato, "desde que ande o bastante."

domingo, 2 de maio de 2010

Eu preciso de tempo...
Eu tenho tempo. Tempo se arranja.

Onde se arranja vontade?

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Eu tava aqui pensando... na verdade, eu não estava aqui pensando e o que eu to digitando aqui está sendo transcrito da última página do meu caderno de História. não o que eu to escrevendo agora, mas o próximo parágrafo provavelmente será. Enfim, eu não costumo entrar aqui pra escrever o que eu to pensando no momento, eu geralmente abro o caderno mais próximo em sua última página, em horas aleatórias e descompromissadas do dia (vide aulas de Química), e começo a escrever tudo que me atormenta (ou não) a mente. aí depois eu passo (ou não) pro blog e publico (ou não).

A questão é que eu to sempre buscando a questão, um sentido, um motivo, um porque, como vocês quiserem chamar. Eu to sempre tentando entender isso, aquilo, tentando me entender, entender você. Por que eu quero entender tudo? Por que eu quero entender o porquê deu querer entender tudo? Por que eu quero entender o porquê deu querer entender o porquê deu querer entender tudo?

Eu não consigo entender isso, aquilo, não consigo me entender, nem entender você. Por que eu não consigo entender nada? Por que eu quero entender o porquê deu não conseguir entender nada? É muito fácil pirar por se perguntar do porquê de você querer entender o porquê de você não conseguir entender nada.

Eu não entendo nada... e nunca mais escuto Oasis enquanto espero meu irmão sair do treino da natação.

sábado, 27 de março de 2010

Paquetá

Que desfeita, intriga, uó!
Um capricho essa rixa; e mal
Do imbróglio que quiproquó
E disso, bem, fez-se esse nó.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Redija uma auto-biografia entre 15 e 30 linhas. Valendo 100 pontos para a próxima aula de Produção Textual.

OBS.: Posto isso aqui ~à pedidos~
OBS².: Acho bom você comentar, Benting.
OBS³.: é!

Adequedamente bem vivida

Assim como não é adequado perguntar "Quantos anos você tem?", não é adequado perguntar "Quantos anos você tinha quando morreu?" e é uma tremenda asneira perguntar "Com quantos anos você nasceu?", então, para não soar tolo ou inadequado, começarei essa auto-biografia apresentando-me. Meu nome é Sofia, com "f" e um dos meus três sobrenomes é Belo, com um "l". É adequado mencionar que eu morri com uma idade adequada e de maneira adequada e que aprecio muito mais comentar sobre uma vida adequada a comentar sobre uma morte adequada.
Eu vivi e vi uma quantidade adequada de tudo que esse planeta e outros puderam me oferecer. Eu tive netos para os quais contei histórias de minha juventude, como Plutão ser planeta, de como sobrevivi ao ano de 2012 e que tomei minha primeira e (diga-se de passagem) última dose de absinto com meus avós. Tive uma velhice tranquila, bem acompanhada, longe de asilos e com algumas dores musculares.
Casei-me à beira de uma cachoeira congelada e fui a mulher mais feliz e realizada do mundo. Fui mãe e quebrei minha promessa de "Quando tiver filhos, não farei isso com eles!". Cursei 2 faculdades distintas e me formei em ambas, segui carreira lecionando História e era cineasta nas horas vagas. Fotografia era o meu passatempo predileto.
Costumava sair bastante e fiz amizades que nunca desejei perder. Já fui ao cinema para ver o mesmo filme 3 vezes e já frequentei o Maracanã mais do que o cinema, sempre vestindo o manto tricolor. Já andei de ônibus, metrô e elefante e já visitei os Estados Unidos, conheci boa parte da Europa e o Zimbábue.
Já briguei e fiquei sem dizer palavra com o indivíduo por 5 minutos. Já briguei e fiquei sem dizer palavra com o indivíduo por mais de 5 minutos. Já tive dejá-vù e cabelo longo, curto, nem longo-nem curto, roxo, rosa, verde, azul, vermelho e já usei aparelho. Já me apaixonei pelo meu melhor amigo, já saí de casa prometendo nunca mais voltar, mas fugi para a garagem.
Já disse algo para esquecer e já esqueci algo a dizer. Já falei dormindo e acordei falando. Já provei cachaça, vodka, cerveja, licor, vinhos e água e já fiquei bêbada e toquei banjo até o dia raiar. Já joguei Nintendo 64, Wii, Game Boy Color, Advanced e SP, Nintendo DS, Playstation 1, 2 e 3, XBOX 360, PSP, Mega Drive e Atari. Costumava ter um gosto musical adequado e brincar de pique-esconde.
Tinha 3 tatuagens, pois fui cremada. Já beijei debaixo de chuva e do chuveiro. Ja me machuquei física e psicologicamente. Já senti ciúmes, já fiquei chateada, já fiquei triste e já fiquei com fome. Já tive que escrever uma auto-biografia valendo nota. Já senti tanta saudade e constante preguiça.
Meu nome é Sofia, com "f" e um dos meus 3 sobrenomes é Belo, com um "l". De acordo com relatos escritos e ditos, nasci no segundo dia do nono mês do calendário cristão, em 1993, às 6 ou 7 horas da manhã na Casa de Saúde São José, em Botafogo.

Alguns dos fatos aqui mencionados são fictícios, desejos. Qualquer semelhança encontrada com a realidade é mera coincidência.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Perguntas geram perguntas...

E isso não me deixa dormir.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

As vezes... eu só quero (preciso de) colo. Um palpite pra resolver minha vida é sempre muito bem vindo... sempre, não, as vezes. Eu preciso de (só quero) colo. Mas eu não demonstro tal necessidade.

Ou não percebem.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Eu acabei de ficar presa no elevador por 10 minutos. E eu estava tão concentrada olhando algo na direção dos meus olhos no espelho que nem reparei que a porta ainda não havia aberto.
Esse elevador tem essa mania egoísta de prender as pessoas dentro dele por tempo indeterminado. As vezes por alguns minutos, as vezes por algumas horas. Quando eu me mudei pro Recreio, eu tinha uma fobia sinistra de elevadores por conta dessas situações.
Mesmo os prédios daqui sendo quase todos baixos, de 3 ou 4 andares, cheguei a um ponto onde começou a ficar cansativo subir e descer alguns lances de escada, principalmente quando passei pra 5ª série onde o número de material aumentou e a mochila começou a ficar mais pesada. Eu sempre fui pequena, fraquinha e fresca; e sempre gostei de me manter ocupada. Naquela época, eu devia fazer umas 4 ou 5 atividades além da escola. Eu via degraus o dia todo e a preguiça falou mais alto.
Após alguns anos de experiência com o tal, ficar presa no elevador não era mais tão desesperador, eu sempre fico bem nervosa. Acho que eu sou meio claustrofóbica. Daí que eu acabei determinando duas maneiras práticas de me libertar do elevador quando ele não queria me cuspir pra fora. E de me acalmar, né.
Uma delas é ligar pra minha casa pra alertar alguém sobre a minha situação e pra esta providenciar um resgate. Geralmente chamavam o Seu Zé. E a outra é apertar freneticamente o botão do alarme do elevador.

Me acalma saber que alguém sabe da minha situação. Eu gostaria de conseguir me expressar melhor algumas vezes, queria que fosse tão fácil quanto avisar que estou presa no elevador. Eu não quero preocupar ninguém com nada, uma hora ou outra o elevador volta a funcionar, né? As vezes tem gente do lado de fora me esperando. As vezes, não há.

A bateria do meu celular acabou e eu não estava com animo nenhum em ficar apertando e escutando aquele apito irritante do alarme do elevador. Quando eu parei de prestar atenção no algo que estava na direção do meus olhos, no espelho, eu sentei.
Não sei se foram 10 minutos, mas pareceram 10 minutos até que a porta começou a abrir devagar... as vezes, eu me sinto como esse elevador, me prendendo lá dentro e, quando (finalmente) abro a (fucking) porta, vou devagar e paro no meio.

É dificil de sair. E eu ainda tenho medinho de elevadores... tenho medo dele despencar.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

2009 foi um ano bom, não digo por todos os outros anos, mas pra mim foi muito bom, faria até uma retrospectiva, mas agora eu arranjei um motivo pra cortar as unhas e não vou deixá-lo de lado como fiz há 2 anos atrás. Tenho que me acostumar com o fato de 2008 ter acontecido há 2 anos e não há um.

2010 é um número bonito, espero que esse ano seja tão bom quanto foi 2009, mas não tão corrido.