segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Eu tava no banheiro agora, me olhando no espelho enquanto escovava os dentes e não me importava com a espuma que escorria pelo meu queixo ou com a dor da espinha crescendo na curva do nariz. Também não me importei com meu cabelo que-precisa-de-um-corte.
Eu tinha acabado de ir a cozinha e quase joguei um copo de vidro no lixo, depois de tomar um comprimido com goles de matte. Eu tinha alguma coisa em mente, fiquei escovando os dentes pra sempre pensando em algo... mas acontece que eu não lembro mais o que me tomou tanto a cabeça naquele momento. Sei que concluí meu pensamento concluindo que o concluíria por aqui mesmo.
Dei cabo na pasta da escova e apertei o passo do banheiro ao meu quarto e sentei na cadeira. e abri esse rascunho. e percebi que deixei tudo esvoaçar pelo caminho.
É impressionante como os pensamentos voam. E é impressionante como eu reli duas vezes essa minha última frase antes de decidir não ligar para o clichê e deixá-la por aí mesmo. Não é impressionante, na verdade trata-se mais em repetir palavras.
Eu ando meio assim. Com assim eu me refiro mais aos últimos parágrafos que a repetição de palavras. Tenho muita coisa em mente, mas a maior parte esvoaça por aí e o que fica... o que tem ficado... é espaçoso e não tem dado lugar a mais nada. é incoerente. é o que me faz escrever de cabeça pra baixo na aula de Química e arrumar meu material errado.
Eu sempre fui assim, mas acho que fica mais perceptível quando eu começo a ler Clarice Lispector e mal entro no computador. Agora mesmo só senti vontade de estar com essa página aberta e escrever como escrevo nas últimas folhas dos meus cadernos em horas menos importantes do meu dia. Queria poder dizer tudo que consigo, mas não posso. Porque, ultimamente, esses porquês tartamudeiam entre palavras que não me decido.

Hoje a minha professora de Literatura pediu pra escrevermos uma paródia da canção do exílio; a minha foi elogiada à beça, mas só por educação mesmo, porque o sorriso era igualmente amarelo na cara dos que prestaram a falar. Acho que palmeiras que murcham como rosas não é algo a se pensar por outros. Não to dizendo que vivo de metáforas incoerentes ou que ninguém me entende, acho que sou um ser humano bem compreensível e previsível e coisa e tal, tenho problemas e dois olhos como gente normal. Só que eu ando percebendo uma mania de mirabolar confusões depois de montar um conflito entre idéias e eu não entendo onde encontro motivos pra isso.

Ontem eu li um livro do Vinicius e um dos último textos era um poema. curto. Dialética. Eu to bem e tenho tudo para estar bem... mas acontece que eu nao me sinto bem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada por ter lido.