terça-feira, 7 de junho de 2016

Saí de galocha hoje porque eu to cansada de molhar meu pé. Os pares foram até decorados pela poeira do tempo que eu não as calçava... Já enfrentei muita tempestade descalça que no final só me trouxe um resfriado. De nada adianta proteger a cabeça e esquecer do que vem embaixo.

Não é que eu não goste da chuva, eu gosto. Tomar banho de chuva é uma das coisas que eu mais gosto de fazer. Aproveitar a faxina da natureza encharcando meu cabelo e escorrendo por todo meu corpo.

Só que eu prefiro quando chove lá fora e não aqui dentro.

Eu sempre tive medo de tempestade e as trovoadas internas são muito mais assustadoras, ainda mais quando acompanha aquele frio de congelar até o tempo. Sinto falta daquela faísca que incendeia cada centímetro da minha existência nessas horas intermináveis. É por isso que eu prefiro quando chove lá fora e não essa chuva que escorre quente pelas minhas bochechas.

Já enfrentei muita tempestade desnecessária. A gente adoece pelos outros tantas e tantas vezes. Muitas vezes perde até o sentido, os sentidos falham e se deixam levar pela enchente. A gente se afoga pelos outros tantas e tantas vezes, cultivando valor pelo que não vale a pena, a perna, o esforço. O coração passa de mão e mão e se esquece de quem verdadeiramente pertence.

É por isso que não adianta proteger a cabeça e esquecer do que vem embaixo.

Saí de galocha hoje porque não vale a pena.

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